segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

PAG 24 > DE VOLTA AO RIO DE JANEIRO

Na estrada, pedi para dar uma passadinha em Petrópolis, pois estava afim de conhecer a cidade. Amei. Tomei um chope e ele um whisky, tira gosto bolinho de bacalhau. Que delicia. Tem um amigo quer diz: “ Queria ser pobre um dia, porque todos os dias é foda...” E ele tem razão, como é bom você saber que o que você tem no bolso não é para pagar contas no outro dia.

Demos umas voltas pelo museu e ele claro me deu uma aula de cultura. Fomos ao Quitandinha hotel que achei maravilhoso.

A tardinha saímos de Petrópolis e fomos direto ao Rio de |Janeiro, Paramos no Mirante na Serra de Petrópolis e ali de frente a um por do sol maravilhoso namoramos um pouco.

Chegamos ao Rio de Janeiro e para variar, paramos para tomar um chope com batatas fritas, em um barzinho chamado amarelinho.

Fomos para casa e ele me levou direto ao quarto de hospedes. Quando abri, uma surpresa, ele tinha trocado a cama, pintou da cor que eu gosto (tipo um avermelhado desbotado) eu havia visto na casa de um amigo dele e comentei que era lindo. Não soube o que dizer. Ele abrindo uma gaveta, pegou uma caixa embrulhada para presente e me entregou. Eu como sempre, muito sem graça, agradeci e abri. Era um chaveiro de prata, com uma medalha linda escrito o meu nome. Eram as chaves da casa dele.Não gostei do presente, esbocei um sorriso e agradeci, na hora certa devolverei. Não quero morar com ele, minha vida está começando e não quero compromissos com ninguém.

Fomos tomar banho juntos e ficamos relaxados por um bom tempo tomando vinho na banheira. Conversamos muito sobre tudo, mas eu resolvi que não seria a hora certa de devolver as chaves.

A noite em ficamos em casa, curtindo umas fitas de vídeo com documentários maravilhosos.

Ele disse que gostaria que eu passasse o dia na empresa com ele, a contra gosto concordei. Acho que ele está apressando muito as coisas. Ele me trouxe para passear no Rio de |Janeiro e já me deu um quarto, as chaves da casa e agora quer que eu aprenda um pouco sobre a empresa,tudo está muito corrido e não quero mesmo ser algemado a alguém.

Bem de madrugadinha fomos dormir agarradinhos e vi em seu rosto estampado o sorriso da felicidade.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

PAG. 23 A VISITA

Acordei, liguei o som e fiquei pensando na discusão que tive ontem com meus pais. Não queria que tivesse acontecido, mas não sei bem o que aconteceu comigo, de repente do nada comecei a ter interesses por homem e estou deixando mulher de lado. Meus amigos heteros não estão mais me chamando pra sair, e quando estou com algum deles, eles evitam ficar sosinho comigo.

Saí do quarto, dei bom dia a mamãe e ela respondeu entre os dentes. Lanchei, me despedi da mamãe (ela não respondeu) e fui pro ponto do bus. Estava distraído, pensando no que estava acontecendo. Não gosto de brigar com minha mãe, me sinto mal, me dá um aperto na garganta e fico estranho o dia todo. Meu pai para mim é indiferente, brigado ou não, não me importo.

O bus veio e entrei.Ele ( o trocador) estava alí, bem de frente, me olhou com um sorriso e disse: bom dia. Não sei se respondi, passei rapidamente pela roleta, dei sinal e desci no proximo ponto. O que aconteceu? Minha garganata estava sêca, minhas pernas tremiam, meu coração batia acelerado. Que idiotice foi essa de descer,paguei passagem pra andar de um ponto ao outro. Continuei andando, mas não sabia onde estava. No primeiro bar que achei, entrei, pedi uma cerveja, e entre um trago e outro tentei analisar o que estava acontecendo comigo, mas não achei respostas. Saí caminhando sem rumo.

Cheguei no bar do beco, pedi uma cerveja, uma pinga e uma porção de moelas. O pensamento estava a mil. Meu amigo chegou e lhe contei o que aconteceu, ele riu e disse que eu estava agindo como um colegial, e que os sintomas eram de amor mesmo.Estava absorvido em pensamentos quando ouvi uma voz: oi sumido! e e eu levantando os olhos disse:Não é possivel, voce aqui? ele sorrindo: voce não respondeu meus telefonemas, resolvi ver o que estava acontecendo. Era o cara do Rio de Janeiro. Fiz as apresentações e vi que meu amigo de Juiz de Fora ficou de boca aberta com o " carioca". Ele muito bem vestido, com uma camisa verde, bronzeado o que realçava ainda mais seus olhos verdes, e seu sorriso estava aberto, fazendo com que suas covinhas se destacassem. Logo as mulheres do bar deram um jeitinho de vir a mesa e eu me senti como se ele fosse meu trofeu. Saímos dali e fomos pra um barzinho, no bairro Alto dos Passos, chamado Coquinho Gaudêncio.Tem uma pinga com côco, excelente. Meu amigo de JFora, viajava no carioca. Com o carro então ele se deslumbrou,mas realmente era um carro muito bonito e se existia algum em JFora, eu desconhecia.

Saímos do bar, levamos meu amigo em casa e fomos jantar no restaurante Faisão Dourado. Ele parecia estar se divertindo muito.Elogiou muito Jfora e disse sorrindo que seria um bom lugar para se morar. Fingi não entender. Saímos do restaurante e fomos pro Ritz Hotel. Quando cheguei na portaria, um dos porteiros era conhecido, e me chamou pelo nome, vi que o carioca não gostou.Quando chegamos no quarto,fechando a porta, ele disse: Voce deve vir muito aqui aqui, porque o porteiro te conhece pelo nome.Respondi que era a primeira vez que estava indo ali, mas ele não acreditou. Iniciamos uma discussão e ameacei ir embora.Ele se desculpou e depois de uma dose extra de whisky, voltamos as boas.ele me disse que ia fumar um baseado, pois estava muito tenso. Eu quis experimentar mas ele não deixou, disse que não ia ser primeiro a fazer minha cabeça, porque se tornaria responsavel pelo meu vicio. Ele ficou docil e sua sexualidade despertou. Será que que um baseado é bom mesmo? vou experimentar....Transamos varias vezes.

No outro dia, tomamos café no quarto mesmo e conversamos muito.Vi queele realmente estava sendo sincero, mas o que ele queria era impossivel, que seria morar e trabalhar com ele no Rio de Janeiro, ainda mais que no mes que vem tenho de fazer apresentação no exercito, pela segunda vez. Segundo meu irmão , meu pai conversou com o coronel pra que eu eu sirva exercito, para que eu " vire homem" , por aí dá pra imaginar a cabeça do meu pai....

Almoçamos no restaurante do hotel e a tarde saí pra mostrar a cidade. Fomos ao Museu Mariano Procopio ( ele adorou), depois fomos ao Clube Nautico e por fim o levei ao mirante do Cristo Redentor. Na descida, paramos o carro e demos uns garros. Ele agora foi mais direto e disse que gostaria de cpmprar um apartamento aqui para passar final de semana.

Passamos no hotel. ele pegou a bagagem e fomos pra casa.

Chegando em casa, ele ficou na sala, arrumei uma mochila com o necessario e disse para a mamãe que estava indo para o Rio de Janeiro. Ela começou a chorar, me pediu pra não ir e eu disse já saindo que não ia demorar.Deixei minha mãe com os olhos rasos dàgua e ele muito sem graça se despediu, dando um aceno do carro.

A cara dos meu vizinhos era de espanto total. Quem seria o meu "amigo" dono daquele carrão?

mistérios....

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

PAG.22 - BRIGA EM CASA

Sabe aquele dia que você sabe que tem uma bomba pronta pra explodir? Estou ,me sentindo assim.

Acordei, lanchei e estava indo pro clube quando encontrei um amigo gay que me chamou para sentar no cruzeiro. Fomos. Daqui a pouco chegaram mais três ( gays também) e ficamos os quatro ali, conversando. Tem um que dá pinta demais, e toda hora que o bus passava, ele desfilava e dava um showzinho particular, eu ria das cenas, mas no fundo pensava que ia chegar aos ouvidos de minha mãe. Tiramos uma fotos com poses estranhas pro convencional.

Voltei pra casa e pela cara de minha mãe, vi que algo havia acontecido e não deu outra. Ela disse que meu irmão havia me visto com um bando de “ mariquinhas ” e que os vizinhos estavam comentando a meu respeito. Discutimos feio. Como sempre, bati a porta do quarto. Liguei o som o mais alto possível e deixei o mundo do lado de fora Fiquei trancado até a noite quando o meu pai chegou. Pelas batidas na porta, vi que ia ter “ show”. Abri a porta e meu pai, já entrou gritando. Falei que eu não era surdo e que os vizinhos não precisavam saber de nossa vida, ele disse que não dava satisfações a vizinhos e falou mais alto ainda. Já que ele gritava, peguei uma revista e comecei a folhear. Ele bruscamente me arrancou a revista das mãos e jogou longe. Ele me fez uma pergunta e eu não respondi, ele ameaçou me dar um tapa e eu mandei ele dar, disse que ia ser o primeiro e único . Ele parou com a mão no ar e saiu batendo porta. Continuei no quarto.

Troquei de roupa e quando estava saindo ele disse que eu não iria porque ele não deixava.Abri a porta e antes que ele pudesse fazer qualquer coisa, já estava na rua.

Liguei para os meu amigos, do orelhão perto de casa e marquei com eles no bar do beco.

Cheguei no bar, estava lotado. O samba estava pegando. Comecei a olhar pra um compositor,que sempre achei muito bonito. Ele pegou o violão e começou a tocar: “ Gosto muito de te ver leãozinho “, a musica é do Caetano Veloso, acho essa musica linda, porque me lembra o trocador. Comecei a cantar junto com ele e ele praticamente tocou a musica pra mim. Ele acabou de tocar, repousou o violão nos joelhos , me fez um aceno com o copo de cerveja e eu claro aceitei. Ele pegou a garrafa de cerveja, deu uma disfarçada e sentou na nossa mesa, meus amigos vazaram ( não precisei mandar). Ele morava por perto e eu saindo na frente o esperei na esquina da galeria. Foi uma noite maravilhosa, ele é tudo de bom.

Saí da casa dele, morto, ele realmente me esgotou.

Quando cheguei em casa, abri a porta e dei de cara com o meu pai na sala, sentado no sofá e já me recebeu aos gritos. Não dei uma palavra. Ele ficou com mais raiva ainda, por não retrucar, mas as ultimas palavras dele, guardei bem: “ FILHO QUE EU SUSTENTO, TEM DE FAZER O QUE EU QUERO...”

Tomei banho, troquei de roupa e saí. É assim não é, vou mostrar pra ele do que sou capaz..

Entrei em varias lojas e numa delas consegui um emprego de balconista. O salário não é grandes coisas, mas pelo menos ele não vai precisar me sustentar.

Comecei a trabalhar na mesma hora e os patrões, parece que gostaram muito de mim. È um casal de velhos e um senhor que administra.

Foi legal, a loja é um armarinho e tem de tudo um pouco. E como tem movimento. é uma mina de dinheiro.

Cheguei em casa, minha mãe perguntou onde eu estava e contei que havia arrumado um serviço. Coração de mãe é igual picolé no sol, derrete atoa. Me abraçou, chorou e conversamos muito. Minha mãe é meu tudo, a gente briga, mas se ama muito.
Quando meu pai chegou ela contou pra ele. Ele entre os dentes respondeu: que bom.

Gostaria tanto que meu pai fosse meu amigo, mas infelizmente tenho um cara que me colocou no mundo, e me dá um prato de comidas...

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

PAG 21 - O TROCADOR

Acordei hoje bem cedo, revirei na cama a noite toda. Pensei muito no trocador, o que será que está acontecendo comigo?

Fui para o clube, Joguei vôlei, nadei. O treinador está uma fera comigo porque os dias que passei no Rio de Janeiro, não treinei. Menti ( mentira sadia) e disse que treinei no mar. Amanhã tenho de começar o treino, dobrado, puxado, e quando ele quer, sabe ser chato. Estava olhando distraído para as águas, quando reflexo começou a me mostrar o rosto do trocador. Senti uma sensação esquisita, troquei de roupa e em vez de ir para casa, fui para o bar do Beco, que está se tornando minha segunda casa. Pedi uma gelada, e logo alguém veio conversar comigo. Fiquei um bom tempo por ali e resolvi ir até a casa de minha tia, para saber mais detalhes da vida do trocador. Quando dobrei a esquina, dei de cara com ele na janela, minhas pernas estremeceram, me faltou ar, e como se eu estivesse para ser assaltado, me virei bruscamente e voltei acelerado para a Rua Halfeld. Cheguei ao bar Dia e Noite, pedi uma gelada e não acreditava no que estava acontecendo. O que isso, estou pirando? Não consigo entender o que aconteceu comigo. Minhas mãos ainda tremiam ligeiramente. Chegou meu amigo (gay) e começamos a conversar, Acabei lhe contando o que estava acontecendo comigo, e ele após tomar um gole, me disse: Meu amigo, você está no bico do urubu. .Eu perguntei por que, e ele com cara de cínico me respondeu que eu estava apaixonado. Ri na cara dele, ele estava pirando? Como eu poderia estar gostando de um homem? Impossível, ainda mais de um cara que eu mal sabia o nome.

De repente comecei a achar chato o papo dele chato, e não estava agüentando o tipo de brincadeira. Resolvi tomar um porre, pela primeira vez tomei uma cachaça, adorei...

Chegando em casa, jantei ( coisa que não faço) e fui dormir.

Acordei de madrugada como se estive no deserto Saara, a boca ardia de tanta sede, meu peito queimava de calor. Êta cachaça,,não bebo mais. Abri a geladeira e quase me joguei dentro dela, bebi água no vidro, nem peguei o copo ( Ah! Se minha mãe visse). Deixei o vidro em cima da pia, enchi um copo duplo de água e voltei para a cama. Deitei e antes de apagar dei um boa noite em voz alta ao trocador.

Realmente, agora tenho certeza, estou pirando mesmo....

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

PAG 20 VIAGEM BLOCO DO BECO

Viagem Bloco do Beco

O Bar do Beco tem um bloco que se chama Bloco do Beco, nele os compositores de Juiz de Fora viajam e mostram suas musicas. Tem uma que se tornou oficial que a estrofe era assim: Olha quem vem lá, é a turma do Beco, cantando pra não chorar,

Olha quem vem lá, é o bloco do medo, do Beco do Baltazar, (me desculpe os compositores se escrevi errado) mas se passou tanto tempo, mas o que importa são os momentos felizes que passamos nas cidades das redondezas e o carinho e a amizade que unia a todos, e alguns desses amigos continuam ainda ( graças a Deus) no meu circulo de amizades. Esse bloco fazia muito sucesso, hoje ele ainda persiste não com o mesmo fulgor de tempos atrás.

Nossa turma era a parte, nunca fomos excluídos e sim respeitados e queridos por todos, poderia citar nomes aqui, mas como não citei de ninguém até agora prefiro continuar assim, mas a você que conviveu comigo naquela época, agradeço, o carinho e o companheirismo. Hoje a turma do Beco está aí, jovens universitários que viraram nossos doutores de hoje.

Mas voltando a viagem, fomos de bus (especial) cantando e curtindo muito.Imagine um bus cheio de feras da MPB, uma tremenda de uma viola e um monte de gelada e uns beijos na boca (as escondidas é claro). Chegamos lá, o palco ainda não estava arrumado e fomos pro boteco mais perto. Começou o show, foi tudo de bom,curtimos muito e antes de vir embora, fui dar uns beijos atrás do bus com uma coisinha linda que toca uma viola que arranha meu coração. Voltamos pra juiz de Fora e todos apagados no bus, claro que eu não, as escondidas era mão pra lá e mão pra cá e acabou que tive de voltar pra casa sem cueca porque a minha estava toda melada.

Ao chegar, levei uma bronca de minha mãe, que coitada, ainda não havia dormido de preocupação comigo. Pedi uma montanha de desculpas e cama, não precisa falar que desmaiei.