sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

PAG. 23 A VISITA

Acordei, liguei o som e fiquei pensando na discusão que tive ontem com meus pais. Não queria que tivesse acontecido, mas não sei bem o que aconteceu comigo, de repente do nada comecei a ter interesses por homem e estou deixando mulher de lado. Meus amigos heteros não estão mais me chamando pra sair, e quando estou com algum deles, eles evitam ficar sosinho comigo.

Saí do quarto, dei bom dia a mamãe e ela respondeu entre os dentes. Lanchei, me despedi da mamãe (ela não respondeu) e fui pro ponto do bus. Estava distraído, pensando no que estava acontecendo. Não gosto de brigar com minha mãe, me sinto mal, me dá um aperto na garganta e fico estranho o dia todo. Meu pai para mim é indiferente, brigado ou não, não me importo.

O bus veio e entrei.Ele ( o trocador) estava alí, bem de frente, me olhou com um sorriso e disse: bom dia. Não sei se respondi, passei rapidamente pela roleta, dei sinal e desci no proximo ponto. O que aconteceu? Minha garganata estava sêca, minhas pernas tremiam, meu coração batia acelerado. Que idiotice foi essa de descer,paguei passagem pra andar de um ponto ao outro. Continuei andando, mas não sabia onde estava. No primeiro bar que achei, entrei, pedi uma cerveja, e entre um trago e outro tentei analisar o que estava acontecendo comigo, mas não achei respostas. Saí caminhando sem rumo.

Cheguei no bar do beco, pedi uma cerveja, uma pinga e uma porção de moelas. O pensamento estava a mil. Meu amigo chegou e lhe contei o que aconteceu, ele riu e disse que eu estava agindo como um colegial, e que os sintomas eram de amor mesmo.Estava absorvido em pensamentos quando ouvi uma voz: oi sumido! e e eu levantando os olhos disse:Não é possivel, voce aqui? ele sorrindo: voce não respondeu meus telefonemas, resolvi ver o que estava acontecendo. Era o cara do Rio de Janeiro. Fiz as apresentações e vi que meu amigo de Juiz de Fora ficou de boca aberta com o " carioca". Ele muito bem vestido, com uma camisa verde, bronzeado o que realçava ainda mais seus olhos verdes, e seu sorriso estava aberto, fazendo com que suas covinhas se destacassem. Logo as mulheres do bar deram um jeitinho de vir a mesa e eu me senti como se ele fosse meu trofeu. Saímos dali e fomos pra um barzinho, no bairro Alto dos Passos, chamado Coquinho Gaudêncio.Tem uma pinga com côco, excelente. Meu amigo de JFora, viajava no carioca. Com o carro então ele se deslumbrou,mas realmente era um carro muito bonito e se existia algum em JFora, eu desconhecia.

Saímos do bar, levamos meu amigo em casa e fomos jantar no restaurante Faisão Dourado. Ele parecia estar se divertindo muito.Elogiou muito Jfora e disse sorrindo que seria um bom lugar para se morar. Fingi não entender. Saímos do restaurante e fomos pro Ritz Hotel. Quando cheguei na portaria, um dos porteiros era conhecido, e me chamou pelo nome, vi que o carioca não gostou.Quando chegamos no quarto,fechando a porta, ele disse: Voce deve vir muito aqui aqui, porque o porteiro te conhece pelo nome.Respondi que era a primeira vez que estava indo ali, mas ele não acreditou. Iniciamos uma discussão e ameacei ir embora.Ele se desculpou e depois de uma dose extra de whisky, voltamos as boas.ele me disse que ia fumar um baseado, pois estava muito tenso. Eu quis experimentar mas ele não deixou, disse que não ia ser primeiro a fazer minha cabeça, porque se tornaria responsavel pelo meu vicio. Ele ficou docil e sua sexualidade despertou. Será que que um baseado é bom mesmo? vou experimentar....Transamos varias vezes.

No outro dia, tomamos café no quarto mesmo e conversamos muito.Vi queele realmente estava sendo sincero, mas o que ele queria era impossivel, que seria morar e trabalhar com ele no Rio de Janeiro, ainda mais que no mes que vem tenho de fazer apresentação no exercito, pela segunda vez. Segundo meu irmão , meu pai conversou com o coronel pra que eu eu sirva exercito, para que eu " vire homem" , por aí dá pra imaginar a cabeça do meu pai....

Almoçamos no restaurante do hotel e a tarde saí pra mostrar a cidade. Fomos ao Museu Mariano Procopio ( ele adorou), depois fomos ao Clube Nautico e por fim o levei ao mirante do Cristo Redentor. Na descida, paramos o carro e demos uns garros. Ele agora foi mais direto e disse que gostaria de cpmprar um apartamento aqui para passar final de semana.

Passamos no hotel. ele pegou a bagagem e fomos pra casa.

Chegando em casa, ele ficou na sala, arrumei uma mochila com o necessario e disse para a mamãe que estava indo para o Rio de Janeiro. Ela começou a chorar, me pediu pra não ir e eu disse já saindo que não ia demorar.Deixei minha mãe com os olhos rasos dàgua e ele muito sem graça se despediu, dando um aceno do carro.

A cara dos meu vizinhos era de espanto total. Quem seria o meu "amigo" dono daquele carrão?

mistérios....

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