quinta-feira, 6 de novembro de 2008

PAG 08 - DESILUDIDO...

Acordei cedo e me preparei para o colégio.
o bus passava perto de minha casa, ia até o ponto final e daí a quinze minutos, retornava.
O bus, subiu, pela janela vi que era o trocador. Nossa que lindo que ele é.

Entrei no bus e paguei. Ele sorrindo, me deu um sonoro bom dia. Minhas pernas tremeram, minha fala não saiu. Ele deve ter me achado um tremendo idiota e um grandississimo mal educado. O que será que me deu?

logo eu que gostaria muito de ter conhecido ele. Sentei na poltrona e com rabo de olho, vi que ele olhava insistentemente para uma menina. Me subiu um nervoso, uma vontade de navalhar a cara dela. Que isso ,esse não sou eu, estou tendo pensamentos violentos, eu que sou amante da paz. Desci perto da Escola Normal e fui a pé até o colegio, Minha cabeça fervia, não parava de pensar no trocador.

Cheguei no colégio e " ele " chegou. Seu sorriso estava diferente, percebi que seus dentes não eram tão bonitos como o do trocador e que corpo não era lá grandes coisas, "ele" estava diferente, eu passei a aula inteira olhando pra "ele" e comparando com o trocador, nossa que diferença. Fiquei triste e pensativo, onde foi parar aquele desejo todo e também toda aquela admiração que eu tinha por "ele"? . Me senti só, DESILUDIDO e com o coração partido. Na saída do colégio "ele" me esperou pra descermos juntos, mas eu inventando uma desculpa, disse que iria pra casa de minha tia.

Que isso, eu agora dei pra mentir para meus amigos?

cheio das duvidas cheguei em casa.

Liguei o som, coloquei a Maria Bethânia e viajei.

Será que amanhã, o trocador vai trabalhar nessa linha? Porque será que ele não usa uniforme?

Minha mãe estranhou que eu ficasse o dia inteiro no quarto trancado, e eu disse que estava com dor de cabeça. Ela retrucou: Nunca vi ninguém com dor de cabeça, ouvir som nessa altura, fingi que não entendi e continuei deitado. As horas não passavam e de repente, minha mãe batendo na porta do quarto me disse, que o filho da vizinha estava me chamando.

Abaixei o som, abri a porta do quarto e cheguei na janela, ele com o sorriso aberto até na orelha, me chamou pra dar uma volta no campinho ( campinho era o local onde a mulecada fazia troca troca) eu disse para ele me esperar lá no campinho que daqui a quinze minutos eu iria. Coitado, ainda bem que lá tem lugar pra sentar.Quando eu quis ele me cortou, agora que se dane....

Tomei banho, aliás um super banho, e pensando no trocador fiquei excitado. Ia " bater uma " mas achei melhor ir pra casa da namorada. Cheguei lá, sentamos na varanda e colocamos a eletrola ( daquelas que a tampa saí ) com um disco do Caetano Veloso trocamos uns beijos. Comecei a ficar excitado e pedi pra ela tocar uma pra mim. Ela foi na cozinha, pegou uns guardanapos e veio sorridente . Não pense voce que eu que era o safado não, porque ela gostava de uma sacanagem mais do que eu, inclusive queria ir pra um motel de qualquer jeito. Sou maluco, e não doido de leva-la a um motel, pensa dois adolecentes em um motel? De repente, bate uma policia e olha eu casado, e casamento, como diz o Roberto Carlos:

" não é papo pra mim "....

Um comentário:

Perdido na Madrugada disse...

As realidades pelas quais passam um ser em descobertas são incríveis né? A gente olha as pessoas de um modo diferente e o mesmo acontece com elas em relação à nós!!! Mas aos poucos a vida vai se encarregando de colocar as pessoas certas no nosso caminho!... Estou adorando as suas histórias!